quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A crise mundial

De acordo com alguns especialistas, o indicador negativo mais visível da crise é o fracasso da invasão do Iraque, que assume um duplo aspecto. Por um lado constitui um duro golpe para a estratégia norte-americana de controle dos recursos petrolíferos mundiais; a aventura iraquiana e a ocupação do Afeganistão foram criadas pela equipe Bush como implantações iniciais que seriam seguidas pela invasão do Irã e pela colonização das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, pressionando a Rússia e a China até submetê-las completamente.

O esquema transformou-se num pântano e a possível retirada (derrota) dos invasores do Iraque muito provavelmente desencadeará uma escalada de movimentos anti-norteamericanos a partir do Médio Oriente, passando pelo Paquistão e chegando às Filipinas e Indonésia. Os povos islâmicos (mais de 1300 milhões de pessoas) serão a base humana dessas transformações.

Um outro aspecto, ainda mais grave, é que o fiasco no Iraque mostra a impotência do sistema militar estadunidense para ganhar rapidamente uma guerra contra um país de apenas 25 milhões de habitantes destruído por uma sucessão de guerras (a guerra Iraque-Irão, a primeira guerra do Golfo, a longo década de bombardeios anglo-norteamericanos).

"Fraca moral de combate das tropas regulares e dos mercenários (os famosos 'contratistas' ) que desperdiçam armamento e massacram população civil indefesa. Fanfarronice tecnológica acompanhada por uma logística desmedida, paralisante, resultado da falta de apoios locais significativos. Repete-se assim a história dos declínios de impérios e civilizações do passado", reitera a maioria dos economistas.

Ainda sob a ótica dos investidores, outro factor de crise é a acumulação explosiva de desequilíbrios. O déficit do comércio exterior vem crescendo há mais de uma década, mas agora chega a níveis insustentáveis (mais de 500 mil milhões em 2003, que certamente serão ultrapassados este ano) devido a um setor industrial cada dia menos competitivo e corroído pela dinâmica financeira.

Por trás da expansão dos desequilíbrios encontra-se a prosperidade efémera gerada pela segunda borbulha financeira que se centra na especulação imobiliária. A baixa das taxas de juros, até chegar aos 1%, e a multiplicação de incentivos públicos impulsionaram uma avalanche de empréstimos hipotecários sobre habitações.Acrescenta-se a isto a crise energética.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Guerra Santa

O Estado de Israel foi fundado em 1948, após o Plano de Partilha elaborado pela ONU, que dividiu a região, então sob domínio britânico, em Estados árabes e judeus, embora os primeiros tenham rejeitado o plano.


Foi o ponto alto do movimento sionista que buscava um Estado independente para os judeus.Desde então, a história de Israel, assim como a sua extensão territorial, tem girado em torno de conflitos com palestinos e nações árabes vizinhas. Houve guerras com o Egito, a Jordânia, a Síria e o Líbano, mas sem que a tensão na região diminuísse.


Em 1993, foi assinado o Acordo de Oslo, que deu início ao processo de paz com os palestinos. Pelo acordo, a faixa de Gaza e a Cisjordânia passariam a ser território administrado pela ANP (Autoridade Nacional Palestina). Em 2005, Israel retirou suas tropas e colonos judeus - sob protestos destes - da faixa de Gaza. Apesar da devolução da faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia para o controle palestino, um acordo de "status final" ainda precisa ser estabelecido.


Para isso, será preciso resolver os principais pontos de discórdia, que são o status de Jerusalém e o destino de refugiados palestinos e de assentamentos judeus.Mais recentemente, a eleição do Hamas - grupo terrorista e partido político cuja carta de fundação prevê a destruição do Estado de Israel - em janeiro de 2006 para liderar o Conselho Legislativo Palestino congelou as relações entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina